Reequilíbrio metabólico e aumento da imunidade

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Reequilíbrio metabólico e aumento da imunidade

Data do Post 09/12/2015

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Por Dra. Renata Kitade*

Estudos recentes apontam a descoberta da propriedade do tecido adiposo branco (TAB) de secretar múltiplos peptídeos bioativos denominados adipocinas (proteínas sintetizadas e secretadas pelo tecido adiposo) que não influenciam apenas na função adipocitária, mas também afetam várias vias metabólicas por meio da circulação sanguínea. Cada adipócito produz uma pequena quantidade de substâncias. Dentre todas as adipocinas, a IL-6, o TNF-alfa, a leptina (pró-infamatórias) e a adiponectina (anti-inflamatória) vêm recebendo atenção especial. (Prado,W.L.et al, 2009).

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O excesso de tecido adiposo aumenta a produção de muitas adipocinas que promovem grande impacto em diversas funções corporais como controle da ingestão alimentar e balanço energético, sistema imune, sensibilidade à insulina, angiogênese, pressão arterial, metabolismo lipídico e homeostase corporal, situações que estão fortemente correlacionadas a doenças cardiovasculares. (Prado, W.L.et al, 2009).

O grande avanço do entendimento do tecido adiposo como órgão secretor se deu em 1994 com a descoberta da leptina. Uma das mais importantes descobertas das pesquisas recentes em obesidade é o conceito de que ela é caracterizada por inflamação crônica, paralelamente às demais complicações. (Fonseca-Alaniz at al, 2006). Estudos demonstram haver correlação positiva entre a concentração de TNF-alfa e leptina. Há indícios que o TNF-alfa possui um importante papel na regulação das concentrações de leptina, mediando possivelmente a hiperleptinemia na obesidade. Porém, parece existir um diferente padrão de regulação dessa citocina em indivíduos com diferentes graus de obesidade.

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O excesso de TNF-alfa está envolvido no desenvolvimento da resistência à ação da insulina relacionada à obesidade. Alguns mecanismos podem ter correlação a esse fato: aumento da liberação de ácidos graxos pelos adipócitos, diminuição da habilidade da insulina em translocar o GLUT4 via fosforilação do substrato do receptor (IRS-1) (Prado, W.l.et al,2009). Estudos prévios demonstram que indivíduos com alta concentração de adiponectina são menos suscetíveis a desenvolver diabetes tipo 2 em relação aos que apresentam hipoadiponectina.

Os autores concluíram então que redução da massa corporal é um método seguro para diminuir o estado inflamatório e modular a disfunção endotelial de mulheres obesas. Sabe-se que a redução da massa corporal reduz a concentração de leptina. (Prado, W.L.et.al,2009). Com o conhecimento da importância de se manter um peso corporal adequado, dentro dos limites preconizados pela OMS para o índice de massa corporal e circunferência abdominal, a busca por uma boa qualidadede vida passou a ser contínua. Assim um trabalho multidisciplinar é fundamental para se alcançar a boa saúde física e mental e esse tipo de trabalho confirma esta tese. No entanto, nos dias de hoje, cada vez mais pessoas queixam-se da falta de disponibilidade para se exercitar e para se alimentar corretamente, mesmo quando já orientados, entre outras dificuldades inerentes às condições de vida de cada pessoa. Portanto, levando em consideração este e outros aspectos, precisamos lançar mão de alguns recursos para atingir uma melhor condição de saúde. Tratar a disbiose pode ser início de tudo, um distúrbio cada vez mais considerado no diagnóstico de várias doenças, que nada mais é do que o desequilíbrio da microbiota intestinal.

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A microbiota, quando saudável, produz vitaminas, incluindo as do complexo B, vitamina A e vitamina K. Os probióticos são usados em nutrição humana na prevenção e tratamento de doenças, na microbiota intestinal, em distúrbios do metabolismo gastrintestinal, como imunomoduladores e na inibição da carcinogênese. Outro recurso que atua como coadjuvante no tratamento de desordens metabólicas pelo fato de ser antiglicante, antiglicoxidante, desglicante e por prevenir e reter complicações do diabetes decorrentes dos AGEs, entre outras atribuições, pode ser o uso de nutriente funcional, além de logicamente da adequação do cardápio e mudanças no estilo de vida como exercício físico regular.

Dra. Renata Kitade é nutricionista clínica funcional, membro da Abeso – Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade, membro do IBNF – Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional e da American Diabetes Association (entre 1996 e 2002), além de aprimorada em Transtornos Alimentares pelo Ambulim – lPqFMUSP, com expreiência na área desde 2003.