26/11/2015
Na Metade do século XX, o conhecimento da existência dos radicais livres estava apenas iniciando. Em 1945, a bomba nuclear lançada sob Hiroshima e Nagasaki, impulsionou a comunidade científica a entender melhor a força do átomo. Foram realizados alguns estudos em seres vivos demonstrando que a radiação de alta energia incindindo em organismos vivos gerava íons e radicais livres e, consequentemente, causavam danos às moléculas, mutações e morte celular. Nesta época, os pesquisadores concluíram que a produção dos radicais livres era exclusivamente dependente de fontes externas e, necessariamente, nocivos. Neste contexto, os estudos sobre os efeitos dos radicais livres, principalmente do radical hidroxila, ficaram limitados à área da radiolodia por um período extenso, entre 1945 e 1970.
Embora a maioria dos estudiosos acreditassem nesta conclusão, a cientista argentina Rebeca Gerschmanem (1954) foi pioneira na compreensão do papel dos radicais livres no metabolismo fisiológico, esclarecendo que o oxigênio, assim como a radiação, produz radicais livres, como já havia sido descrito por Lavosier dois séculos antes. No mesmo ano, o médico americano Denham Harman propôs a teoria do envelhecimento, baseando-se na exposição à raduação de alta energia como um modelo acelerado de envelhecimento provocado pelos radicais livres.
A partir de 1970, houve um grande desenvolvimento na bioquímica, fortalecendo o entendimento que os radicais livres são inerentes à vida e são produzidos pelos organismos vivos. Também nesta época, foi elucidada a função da superóxido desmutase na neutralização do ânion radical superóxido, sendo crucial para a comunidade científica entender que a produção dos radicais livres é contínua no organismo e possuem proteínas que neutralizam seus efeitos, evidenciando o papel dos antioxidantes.
Mas foi apenas a partir de 1990 que os pesquisadores se aprofundaram no conhecimento dos efeitos deletérios causados pelos radicais livres, constatando que podem provocar doenças como câncer e em função da evolução contínua das pesquisas, entenderam que estão presentes como causa ou consequência de doenças crônicas como diabetes mellitus, arteriosclerose, artrite, obesidade, catarata, degeneração macular, parkinson, demência senil, hipertensão, bronquite crônica, entre várias outras.
Hoje, a ciência nos mostra que os antioxidantes não agem somente na estabilização da membrana celular e, consequentemente, na proteção do DNA nuclear, atuam também interferindo positivamente no metabolismo do nosso organismo, através da diminuição da expressão dos marcadores inflamatórios, na modulação enzimática em diferentes tecidos, na expressão gênica favorecendo, assim, a homeostasia celular, prevenindo e atuando como coadjuvante no tratamento de doenças.
Referências: Tratado de medicina ortomolecular e bioquímica médica – Dr. Efrain Olszewer.
Radicais lifres bons, maus e naturais – Ohara Augusto.