O número de mortes não para de subir. Dessa vez, ela chegou mais cedo em todo o país, no início do outono, e tem aterrorizado ainda mais a população que já redobrava seus cuidados contra outras doenças como a dengue, zika e chikungunya.
A gripe H1N1, ou gripe suína, exige cuidados especiais com automedicação, tratamento, higiene e outros itens essenciais sobre os quais o farmacêutico precisa estar atento para orientar seus pacientes.
Abaixo, a Revista do Farmacêutico traz orientações da assessora técnica do CRF-SP, dra. Amoun Mourad, do Ministério da Saúde e de outras instituições e profissionais que abordam os cuidados com a doença.
Sintomas e Complicações
Logo no início, um fator complicador para o profissional da saúde que recebe o paciente é a identificação dos sintomas da H1N1, que são semelhantes aos da gripe comum, como febre alta, tosse e, em alguns casos, dor de cabeça e no corpo, garganta inflamada, falta de ar, cansaço, diarreia e vômitos.
Já em relação à principal complicação da doença, que também é comum entre os dois tipos de gripe, estão a pneumonia e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que costumam ser as causas das mortes.
Para tanto, o farmacêutico deve avaliar os sintomas que indicam ocorrências de complicações como a dificuldade respiratória; a dor torácica para respirar; pressão aterial baixa; alterações da consciência; desorientação e vômitos persistentes.
De acordo com a dra. Amouni, é importante ressaltar ainda que as complicações são mais comuns nos pacientes que pertencem aos grupos de risco como crianças menores de 5 anos, idosos com mais de 65 anos, indivíduos menores de 19 anos que fazem uso crônico de ácido acetilsalicílico, grávidas, indivíduos com doenças pulmonares, incluindo asma, bronquite e enfisema, com doença cardiovascular (exceto aqueles com hipertensão isolada), insuficiência renal, insuficiência hepática/cirrose, diabetes, anemia falciforme, imunossuprimidos, incluindo pacientes com Aids, desnutridos e com obesidade mórbida.
Outra atenção que o farmacêutico deve ter é em relação ao antiviral, que só está indicado em pacientes com sinais de gravidade ou que pertençam ao grupo de risco. “Pessoas fora do grupo de risco e com sintomas leves não correm risco de morte, e, por isso, não necessitam da droga”, ressalta.
Uma boa alternativa é a vacina anual contra a gripe que, segundo o Ministério da Saúde, desde 2010, é capaz de imunizar os pacientes contra a cepa H1N1 que provocou a pandemia de 2009.
CRF-SP lançou alerta no portal www.crfsp.org.br
e a campanha “Farmecêuticos contra a H1N1”
Antivirais
O tratamento com antivirais diminui a incidência de complicações e encurta o tempo de doença, favorecendo a quebra da cadeia de transmissão.
Os principais fármacos usados no tratamento da gripe são o oseltamivir (Tamiflu®) ou o zanamivir (Relenza®), vendidos sob prescrição médica.
O medicamento funciona melhor se tomado nas primeiras 48 horas de sintomas.
O Centers for Disease Control and Protection (CDC) também indica o uso do oseltamivir ou do zanamivir para tratamento e/ou prevenção da infecção pelos vírus da influenza suína.
Segundo eles, “medicamentos antivirais são drogas (comprimidos, líquidos ou inaláveis) que combatem a gripe evitando que os vírus se reproduzam em seu corpo. Se o paciente adoecer, os medicamentos antivirais podem tornar a doença mais branda e fazer com que a recuperação seja mais rápida. Eles também evitam complicações graves da Influenza. Para o tratamento, os medicamentos antivirais funcionam melhor se forem administrados logo após a pessoa adoecer (em até dois dias depois do início dos sintomas).”
Os casos leves, como resfriados, devem ser tratados com medicamentos para o alívio dos sintomas (analgésicos, antipiréticos, descongestionantes nasais etc).
De acordo com o portal do médico Drauzio Varella, analgésicos e antitérmicos, como o paracetamol e a dipirona, são úteis para baixar a febre e acalmar outros sintomas. “Já os medicamentos que contêm AAS devem ser evitados, especialmente pelas crianças. Em especial, devido ao surto de dengue. Repouso, beber bastante líquido e lavar as narinas com soro fisiológico também são medidas que auxiliam a atravessar o período de mal-estar, enquanto o corpo se carrega de debelar a infecção. Os antibióticos não exercem nenhum efeito contra esses vírus. Por isso, seu uso é contraindicado nesses casos”.
Alerta do CRF-SP
O CRF-SP tem trabalhado para que as farmácias reforcem o seu papel de estabelecimentos de saúde e o farmacêutico de profissional preparado para fornecer informações adequadas, principalmente diante de epidemias e surtos de doenças. Nesse sentido, no início de abril, quando começaram as transmissões pela H1N1, a entidade lançou um alerta para os profissionais que aborda o que é, o agente causador, os sintomas, as medidas de prevenção, a vacina, entre outros. Para ter acesso ao alerta, vá ao portal do CRF-SP.
Além do alerta, lançou a campanha “Farmacêuticos contra o H1N1” disponibilizou uma capacitação por meio da Academia Virtual de Farmácia. Para participar, acesse o site ensino.crfsp.org.com/moodle, caso já seja inscrito clique no ícone azul de capacitações e, em seguida, no item Capacitação Influenza – com ênfase na H1N1. Então, surgirá o botão azul “Inscreva-me”. Pronto, você já tem acesso à capacitação.
Caso nunca tenha acessado a Academia Virtual de Farmácia, favor entrar em contato com a Secretaria dos Colaboradores, pelo e-mail secol@crfsp.org.br.
Por Mônica Neri
Fontes: Prefeitura Municipal de São Caetano do Sul, Portal MD. Saúde, Secretaria de Educação do Estado do Paraná, Centro de Vigilância Epidemiológica de São Paulo, Ministério da Saúde.